"DE OMNIBUS DUBITANDUM"
Há quem diga que nós, marxistas, duvidamos do homem. Economistas, deterministas, mecanicistas, nós, marxistas, seríamos descrentes do homem, este ser livre que, pela sua liberdade, constrói, a partir do seu espírito, todo o domínio da cultura.
Pensadores do bruto, do pesado, da materialidade que se impõe sobre a sutileza do espírito, nós, marxistas, seríamos eternos subestimadores do homem.
Ora...
Nós, marxistas, no entanto, apostamos na transformação, pelos próprios homens, do seu mundo. Apostamos na transitoriedade da realidade e na capacidade do homem de construir sua própria realidade. Difundimos entre os homens a confiança em sua própria capacidade de fazer o amanhã e o hoje melhores.
Aí, passam, aqueles que nos acusam de duvidar do homem, a acusar-nos de acreditar demais. “Utópicos.” “Messiânicos.” “Agitadores.”
Aí, dizem, aqueles que nos acusam do subestimadores do homem, que este mundo não pode ser mudado – é o único, natural, inexorável – e que os homens devem resignar-se.
Ora...
Quem é mesmo que duvida do homem?
Nenhum comentário:
Postar um comentário