sábado, 21 de março de 2009

[surtos e paranóias] "De omnibus dubitandum"

"DE OMNIBUS DUBITANDUM"

Há quem diga que nós, marxistas, duvidamos do homem. Economistas, deterministas, mecanicistas, nós, marxistas, seríamos descrentes do homem, este ser livre que, pela sua liberdade, constrói, a partir do seu espírito, todo o domínio da cultura.

Pensadores do bruto, do pesado, da materialidade que se impõe sobre a sutileza do espírito, nós, marxistas, seríamos eternos subestimadores do homem.

Ora...

Nós, marxistas, no entanto, apostamos na transformação, pelos próprios homens, do seu mundo. Apostamos na transitoriedade da realidade e na capacidade do homem de construir sua própria realidade. Difundimos entre os homens a confiança em sua própria capacidade de fazer o amanhã e o hoje melhores.

Aí, passam, aqueles que nos acusam de duvidar do homem, a acusar-nos de acreditar demais. “Utópicos.” “Messiânicos.” “Agitadores.”

Aí, dizem, aqueles que nos acusam do subestimadores do homem, que este mundo não pode ser mudado – é o único, natural, inexorável – e que os homens devem resignar-se.

Ora...

Quem é mesmo que duvida do homem?

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